Setembro Laranja e a conscientização sobre a segurança do paciente

Setembro Laranja e a conscientização sobre a segurança do paciente

Na imagem, vemos uma profissional de saúde ao lado de uma paciente idosa.

Você já deve ter ouvido falar sobre o Setembro Amarelo, mas e o Setembro Laranja? Além da prevenção ao suicídio, o mês também é de conscientização em torno da segurança do paciente. No dia 17 é celebrado o Dia Mundial de Segurança do Paciente. A ideia é reforçar a importância de seguir os critérios para manter os pacientes seguros e, assim, reduzir riscos, oferecer um cuidado de qualidade e contribuir para a qualidade de vida das pessoas.

A preocupação com a segurança dos pacientes não é uma novidade. Ao contrário. Hipócrates (frequentemente considerado o “pai da medicina”), entre 460 e 370 a.C, cunhou o postulado Primum non nocere: primeiro não cause dano. De seus tempos para cá, muitas iniciativas contribuíram com a melhoria da segurança dos pacientes. Exemplos não faltam. Desde conhecermos a possibilidade de transmissão de infecção pelas mãos até a criação de padrões de qualidade em saúde, percorremos um longo caminho para que seja possível cumprir com o postulado e evitar riscos aos pacientes.

Segurança do paciente ganhou relevância nas últimas décadas

Um dos marcos da segurança do paciente é mais recente. Em 2000 o Institute of Medicine (IOM) divulgou um relatório que fez com que o tema ganhasse relevância. Este relatório trouxe dados sobre a incidência de eventos adversos em três estados dos Estados Unidos por meio de revisões retrospectivas de prontuários. Eventos adversos foram definidos como um dano causado pelo cuidado à saúde e não pela doença que tenham prolongado o tempo de internação ou resultado em alguma incapacidade no momento da alta. 

Como resultado, o relatório trouxe um número alarmante: 100 mil pessoas morriam nos hospitais estadunidenses a cada ano devido a eventos adversos. Para se ter uma noção, na época isso correspondia a uma taxa de mortalidade maior do que as atribuídas aos pacientes com HIV positivo ou câncer de mama, por exemplo. 

Além disso, o relatório do IOM demonstrou que a ocorrência de eventos adversos também representavam desperdício de recursos financeiros. No Reino Unido e na Irlanda do Norte, por exemplo, os valores chegavam a 2 bilhões de libras ao ano e nos Estados Unidos, entre 17 e 29 bilhões de dólares anuais. 

A segurança do paciente no Brasil

Desde então, estudos foram realizados em outros países, incluindo o Brasil. Segundo estes, em média, 10% dos pacientes internados sofrem algum tipo de evento adverso e destes 50% são evitáveis. A alta incidência de eventos adversos por aqui foi confirmada por um estudo publicado em 2009 no International Journal of Quality in Health

O resultado é que a incidência de pacientes com eventos adversos foi semelhante a estudos internacionais. No entanto, a proporção de eventos adversos evitáveis ​​foi maior nos hospitais brasileiros. A pesquisa considerou uma amostra aleatória de 1.103 pessoas entre 27.350 pacientes adultos em três hospitais universitários do Rio de Janeiro. A incidência de pacientes com efeitos adversos foi de 7,6%, porém, entre eles, a proporção de eventos adversos evitáveis foi de 66,7%. 

Isso indica que ações disponíveis e já consagradas para reduzir as infecções associadas aos cuidados em saúde merecem mais atenção por parte dos sistemas de saúde e profissionais. Podem ajudar a mudar esse cenário iniciativas como a higienização das mãos, o estímulo à adesão a protocolos e diretrizes clínicas. Não menos importante é o estabelecimento de programas de educação continuada aos profissionais de saúde.

Classificação internacional de Segurança do Paciente da Organização Mundial da Saúde (OMS)

Se você está se perguntando o que é considerado um “evento adverso”, saiba que você não foi o primeiro a fazer a esta pergunta. Tanto que em 2004, a OMS criou uma aliança pela segurança do paciente que tinha como um de seus objetivos organizar os conceitos e definições relacionadas ao tema. 

Assim surgiu a Classificação Internacional de Segurança do Paciente (ICPS). Segundo a classificação, a segurança do paciente pode ser entendida como “reduzir a um mínimo aceitável o risco de dano desnecessário associado ao cuidado de saúde”. Já um evento adverso é um incidente que resulta em dano ao paciente. 

Quanto as ações para reduzir os riscos, a OMS teve como foco reduzir as infecções associadas ao cuidado em saúde, por meio de uma campanha pela higienização das mãos e a promoção de cirurgias mais seguras pela adoção de checklists antes, durante e depois dos procedimentos. A OMS ainda tem estimulado outras soluções para evitar erros como troca de medicamentos, exames, comunicação de casos, evitar má conexão de tubos, cateteres e seringas.

Para garantir a segurança do paciente, cuidado em saúde precisa seguir evoluindo

A forma de prestar os cuidados de saúde está em constante evolução. Em especial nos últimos anos, com um avanço do conhecimento científico muitas mudanças aconteceram. O cuidado em saúde já foi mais simples e seguro, porém, menos efetivo. Com as novidades, o cuidado em saúde se tornou mais complexo, mas efetivo, mas com alguns riscos envolvidos. 

A segurança do paciente e a atualização profissional têm se tornado tão relevantes que o IOM passou a definir “qualidade do cuidado” como o grau que os serviços de saúde aumentam as chances de produzir os resultados desejados e que são consistentes com o conhecimento profissional atual. 

Curso sobre Segurança do Paciente

Foi pensando nessas demandas e em contribuir com uma maior segurança do paciente que a AsQ Mind criou seu curso sobre Segurança do Paciente. Com ele, é possível conhecer os riscos com eventos adversos, classificação internacional e entender o programa nacional em segurança do paciente. 

É indicado para prestadores de serviço, operadoras, profissionais de saúde e demais profissionais de todos os níveis de conhecimento que queiram se especializar em segurança do paciente. O curso tem curta duração e é 100% online. 

O facilitador é Alexandre Martins, enfermeiro graduado pela Universidade do Sul de Santa Catarina, Pós-Graduado em Clínica Cirúrgica, Especialista em OPME (Órtese, Prótese e Materiais Especiais). Com MBA Gestão e Auditoria no Sistema em Saúde. Tem experiência prática em ambiente hospitalar, na auditoria e direção operacional em saúde de grandes empresas. 

Para saber mais e começar a se especializar em segurança do paciente, acesse o site da AsQ Mind.

 

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